Quinta-feira de Carnaval… Estamos de malas prontas rumo à Linha Verde, em busca da tranquilidade de uma praia dita paradisíaca e de um camping superacolhedor, de acordo com os mochileiros de plantão.
Após uma espera de quase 30min pelo transporte coletivo, apreciamos a paisagem característica: sol quente em meio ao litoral baiano. Duas horas depois, desembarcamos na entrada do distrito Diogo, pertencente ao município Mata de São João.
A caminhada até o terreno de seu Manoel, proprietário da área onde nos encontraríamos nos próximos dias, torna-se um tanto cansativa por conta do peso que carregamos nas costas e nos braços, no entanto, a decoração das casas e dos estabelecimentos comerciais desperta a curiosidade e aguça os sentidos ansiosos por saber mais e partilhar vivências com os moradores.
Fachadas que apresentam pinturas e esculturas em madeira, além do reaproveitamento da palha e da casca do coco abundantes, revelam um quê de criatividade e transparecem o tom autêntico dessa população.
Fachadas que apresentam pinturas e esculturas em madeira, além do reaproveitamento da palha e da casca do coco abundantes, revelam um quê de criatividade e transparecem o tom autêntico dessa população.
Ao som do reggae, alguns moradores anunciam o clima diferenciado da alegria carnavalesca, que, mais tarde, apresenta semelhanças com a maior festa do mundo, ao embalo de máscaras, fantasias e de uma diversidade de estilos musicais, oscilando do arrocha, brega e pagode ao axé, rock e às clássicas marchinhas.
Munidos das informações dos nativos, seguimos as dicas e avistamos o “Laluart”, com uma árvore diferenciada, repleta de plástico e de outros materiais descartados pela maioria, mas que, nas mãos dessa família, tornam-se arte.
Clima agradável, sob várias frutíferas, entre coqueiros, cajueiros e mangueiras, o camping de seu Manoel é também de Dª Lalu, mestra do artesanato em palha, dos seus cinco filhos e dos tantos agregados que constantemente mudam a paisagem da roça com suas barracas.
Munidos das informações dos nativos, seguimos as dicas e avistamos o “Laluart”, com uma árvore diferenciada, repleta de plástico e de outros materiais descartados pela maioria, mas que, nas mãos dessa família, tornam-se arte.
Clima agradável, sob várias frutíferas, entre coqueiros, cajueiros e mangueiras, o camping de seu Manoel é também de Dª Lalu, mestra do artesanato em palha, dos seus cinco filhos e dos tantos agregados que constantemente mudam a paisagem da roça com suas barracas.
Hospitalidade é a alma dessa família, na qual a sinergia reina e contribui para o sustento do lar. Quatro irmãos são músicos e dividem o palco e o pop rock da Néctar Brasil. Alguns deles ainda têm tempo para lidar com a arte de entalhar madeira, a capoeira e o Ponto Cultural de Diogo, que desenvolve projetos sociais com foco na cultura e no meio ambiente, um dos quais tivemos a oportunidade de prestigiar: o “Festival Cultural na contramão do Carnaval - Porque cultura é a nossa praia”, organizado por Moura em parceria com companheiros de luta, como costumam falar.
Na ocasião, conhecemos aspectos do passado através de fotografias, que narram fatos como a construção da ponte que leva à praia, das choupanas - que servem de abrigo ainda hoje - e dos tradicionais times de futebol. Adauto Poeta, da Reserva Sapiranga, dá o ar da graça e com o seu característico “massa brother” embala até os estrangeiros que marcam presença, a exemplo do “Movimento Buena Vista”, formado por 11 argentinos e uma brasileira.
Na ocasião, conhecemos aspectos do passado através de fotografias, que narram fatos como a construção da ponte que leva à praia, das choupanas - que servem de abrigo ainda hoje - e dos tradicionais times de futebol. Adauto Poeta, da Reserva Sapiranga, dá o ar da graça e com o seu característico “massa brother” embala até os estrangeiros que marcam presença, a exemplo do “Movimento Buena Vista”, formado por 11 argentinos e uma brasileira.
Da Chapada Diamantina ao litoral, semelhanças e peculiaridades. A força e a imensidão das cachoeiras dão espaço ao mar, que, faça sol ou faça chuva, com a maré alta ou baixa, encanta turistas e admiradores da natureza. A partir da combinação dos pequeníssimos e quase infinitos grãos de areia, em companhia do forte vento, a maresia é marca registrada e companheira de sonhos, já que, até na madrugada, ecoa sua melodia, sufocada apenas pelos insistentes e incômodos sons altos dos veículos ou das bandas tipo hits que agitam os ânimos da comunidade.
Na beira do mar, seres exóticos em sua transparência refletem o interior ainda mais diferente e, pelas comunidades, flores, muitas flores e milhares de estrelas que iluminam as trilhas durante a noite.
A uns 30min de caminhada, a vila Santo Antônio esbanja cores e contradição. De um lado, a simplicidade dos pratos feitos e dos pedidos de trocados das crianças, enquanto do outro, preços salgados e áreas vips dos resorts da Costa do Sauípe, onde pulseiras reforçam o status quo, aulas de surf distraem e salva-vidas cuidam de todas as idades.
Na beira do mar, seres exóticos em sua transparência refletem o interior ainda mais diferente e, pelas comunidades, flores, muitas flores e milhares de estrelas que iluminam as trilhas durante a noite.
A uns 30min de caminhada, a vila Santo Antônio esbanja cores e contradição. De um lado, a simplicidade dos pratos feitos e dos pedidos de trocados das crianças, enquanto do outro, preços salgados e áreas vips dos resorts da Costa do Sauípe, onde pulseiras reforçam o status quo, aulas de surf distraem e salva-vidas cuidam de todas as idades.
Toda essa hierarquia contrasta com a aparente má qualidade da água, percebida pelo acúmulo do quase indestrutível PET, que vai e vem a cada onda. Além disso, a areia daqui é mais do que escaldante por seu tom escuro, quando comparada aos areais de Diogo. Porém, embaixo de altíssimos coqueiros, alguns casais e grupos demonstram coragem ao montar acampamento e permanecer indiferentes à temperatura.
De pescadores a artesãos, Mata de São João é também contrastes, como quase tudo que existe neste mundo. E na fuga particular, concebemos boas ideias para enfrentar o esgotamento da capital, à medida que a bússola aponta nessa direção, antes de seguir outro rumo em novas coordenadas.
De pescadores a artesãos, Mata de São João é também contrastes, como quase tudo que existe neste mundo. E na fuga particular, concebemos boas ideias para enfrentar o esgotamento da capital, à medida que a bússola aponta nessa direção, antes de seguir outro rumo em novas coordenadas.
DICAS ÚTEIS
Quanto aos sabores regionais, o “Restaurante Caminho do Rio” oferece o famoso peixe frito e o petisco excêntrico da pititinga. Já o “Tempero da Pepê” traz, na sua forma caseira de ser, fartas porções com frango, bife ou mocotó, agradando diferentes gostos. Na “Pizzaria Sabor Latino” (combinação made in Uruguai + Amazonas), a deliciosa marguerita, banhada de queijo, manjericão e tomate, soma-se a um bom papo sobre bioconstrução e agricultura orgânica, pois, nesse espaço, localiza-se a Organização de Permacultura e Arte – OPA.
Quanto aos sabores regionais, o “Restaurante Caminho do Rio” oferece o famoso peixe frito e o petisco excêntrico da pititinga. Já o “Tempero da Pepê” traz, na sua forma caseira de ser, fartas porções com frango, bife ou mocotó, agradando diferentes gostos. Na “Pizzaria Sabor Latino” (combinação made in Uruguai + Amazonas), a deliciosa marguerita, banhada de queijo, manjericão e tomate, soma-se a um bom papo sobre bioconstrução e agricultura orgânica, pois, nesse espaço, localiza-se a Organização de Permacultura e Arte – OPA.