Peru: viva essa lenda!
Terra da diversidade ambiental e cultural, o Peru oscila da selva à serra, da costa ao deserto; do sol à neve; do frio ao calor; da riqueza à desigualdade social... Mas nada é comparado ao profundo conhecimento que os nativos têm da própria história. Não aquela contada pelos colonizadores, mas as tradições milenares cultivadas desde os tempos pré-incas, que caracterizam tão bem este povo acolhedor e multidisciplinar.
Conhecimentos astronômicos, agrícolas e espirituais, como observamos em Machu Picchu e nos demais sítios arqueológicos dos arredores de Cusco; saberes e mistérios, como as enigmáticas Linhas de Nasca; peculiaridades intrigantes, como as Ilhas Flutuantes do Lago Titicaca, atraem milhares de turistas de todo o mundo para este lugar mágico e curioso. Os interessados em conhecer a historia da América Latina precisam viver essa lenda.
Ao visitar o Peru, demos mais valor ao Brasil e pensamos sobre o quanto necessitamos valorizar o nosso passado indígena, os verdadeiros descobridores do país. Apesar de algumas falhas da equipe da Andes Viagens, que, nos últimos dias, ofuscaram o brilho das belezas experimentadas até o momento e o profissionalismo da agência, a proposta diferenciada da empresa não é lenda, mas realidade, rs.
Durante os 13 dias de passeio pelo Peru, interagimos com nativos, especialmente com alguns guias que falavam português, ou portunhol, como nós, e aprendemos muito mais do que ensinamos. Mesmo tão diferentes em seus costumes, pois cada comunidade tem algo único, não encontrado em outros lugares, os peruanos têm uma essência que os marca por natureza. Que este sonho realizado inspire outras pessoas a desfrutar desta viagem inesquecível!
Primeiras impressões
Em Salvador, tudo dentro do previsto. Já em terras paulistanas, tensão! O horário de verão rouba uma hora de nosso precioso tempo e chegamos com apenas 1h de antecedência do próximo voo, quando sugerem 2h para partidas internacionais. Um funcionário da LAN, para o qual nos dirigimos, dá apenas 15 min para fazermos o check-in e passar pela imigração. Trocam os portões de embarque e quase perdemos a noção do tempo.
No entanto, o voo previsto para as 20h40 acaba saindo somente às 22h. Ainda temos a oportunidade única de ser transportados em um ônibus lotado para chegar à aeronave, estilo “busu” da capital baiana em horário de pico, rs. Por outro lado, o transporte da LAN é altamente confortável – com poltronas, colcha e travesseiro - e hi-tech, com fones de ouvido e monitor carregado de documentários peruanos, que anunciam as belezas naturais e a diversidade cultural do país, além de jogos, mapa do voo e dicas de turismo. A refeição também nos aproxima dos sabores do Peru: ravioli de pollo.
Rumo ao paraíso dos incas, o clima é de ansiedade para conhecer o novo, porém, relaxamento, a fim de alimentar as energias para a aventura que nos espera. O espanhol domina o ambiente aéreo em conversas de tripulantes e saudações dos funcionários. Só nos resta hablar “buena viaje”.
Em Salvador, tudo dentro do previsto. Já em terras paulistanas, tensão! O horário de verão rouba uma hora de nosso precioso tempo e chegamos com apenas 1h de antecedência do próximo voo, quando sugerem 2h para partidas internacionais. Um funcionário da LAN, para o qual nos dirigimos, dá apenas 15 min para fazermos o check-in e passar pela imigração. Trocam os portões de embarque e quase perdemos a noção do tempo.
No entanto, o voo previsto para as 20h40 acaba saindo somente às 22h. Ainda temos a oportunidade única de ser transportados em um ônibus lotado para chegar à aeronave, estilo “busu” da capital baiana em horário de pico, rs. Por outro lado, o transporte da LAN é altamente confortável – com poltronas, colcha e travesseiro - e hi-tech, com fones de ouvido e monitor carregado de documentários peruanos, que anunciam as belezas naturais e a diversidade cultural do país, além de jogos, mapa do voo e dicas de turismo. A refeição também nos aproxima dos sabores do Peru: ravioli de pollo.
Rumo ao paraíso dos incas, o clima é de ansiedade para conhecer o novo, porém, relaxamento, a fim de alimentar as energias para a aventura que nos espera. O espanhol domina o ambiente aéreo em conversas de tripulantes e saudações dos funcionários. Só nos resta hablar “buena viaje”.
1º Dia (20/12/2013)
City Tour em Lima
As limitações do “portunhol” nos deixam aflitos na imigração, bem como no setor de bagagens e desembarque, até o momento que encontramos o guia Marco, responsável por nossa recepção. Na capital gastronômica da América Latina, outdoors chamam a atenção pelo apelo da publicidade, tamanho exagerado e criatividade. Beirando o Oceano Pacífico, cassinos e asfalto em ótimas condições revelam espaços da alta classe social.
No El Faro Inn, a 15 min do shopping a céu aberto Larcomar, o jeito clássico do quarto nos presenteia com uma banheira e oferece proteção em caso de abalos sísmicos, como quase todos os lugares deste país. As árvores secas lembram o frio europeu, mas por aqui a instabilidade é bem maior. Em um único dia podemos sentir o calor do sol e a frieza dos ventos gelados peruanos ou mesmo da neve que cai em alguns lugares.
Pela tarde, encontramos outros turistas num ônibus especial conduzido por Adolfo e guiado por Elizabeth, instrutora bilíngue que explica detalhes da sua cultura para os viajantes de plantão. Conhecemos as principais atrações da capital peruana: Plaza San Martín (zona econômico-financeira) e Plaza de Armas; Palácio do Governo e Catedral. Passando pela frente de Huaca Pucllana, soubemos das mulheres sacrificadas em prol da fertilidade e observamos a proteção sísmica que sabiamente pensaram os pré-incas ao construir esse templo com adobe.
City Tour em Lima
As limitações do “portunhol” nos deixam aflitos na imigração, bem como no setor de bagagens e desembarque, até o momento que encontramos o guia Marco, responsável por nossa recepção. Na capital gastronômica da América Latina, outdoors chamam a atenção pelo apelo da publicidade, tamanho exagerado e criatividade. Beirando o Oceano Pacífico, cassinos e asfalto em ótimas condições revelam espaços da alta classe social.
No El Faro Inn, a 15 min do shopping a céu aberto Larcomar, o jeito clássico do quarto nos presenteia com uma banheira e oferece proteção em caso de abalos sísmicos, como quase todos os lugares deste país. As árvores secas lembram o frio europeu, mas por aqui a instabilidade é bem maior. Em um único dia podemos sentir o calor do sol e a frieza dos ventos gelados peruanos ou mesmo da neve que cai em alguns lugares.
Pela tarde, encontramos outros turistas num ônibus especial conduzido por Adolfo e guiado por Elizabeth, instrutora bilíngue que explica detalhes da sua cultura para os viajantes de plantão. Conhecemos as principais atrações da capital peruana: Plaza San Martín (zona econômico-financeira) e Plaza de Armas; Palácio do Governo e Catedral. Passando pela frente de Huaca Pucllana, soubemos das mulheres sacrificadas em prol da fertilidade e observamos a proteção sísmica que sabiamente pensaram os pré-incas ao construir esse templo com adobe.
Repletas de jardins, as praças e ruas de Lima enfeitam os olhos, com suas flores coloridas e organização exemplar. A arquitetura sempre bela e a ausência de chuva caracterizam o local, onde todos os santuários parecem muito bem preservados, apesar da força do tempo. Os taxímetros não existem e adoramos a ideia de negociar um valor, sempre muito barato, comparado à capital baiana.
30% de serra, 10% de costa e 60% de Amazônia, o Peru é a diversidade em essência, oscilando do deserto à neve. A origem do nome do seu centro – Lima – provavelmente surgiu do vocábulo quéchua rimac, que significa rio para os índios e, acredita-se, ter sido reconfigurado pelos conquistadores espanhóis.
Na Javier Prado, avenida que liga o leste e oeste de Lima, departamentos, províncias e municipalidades se juntam para otimizar os serviços públicos. Bairro também tem prefeito, que administra a arrecadação dos moradores e investe em obras de interesse coletivo. Departamentos são espécies de estados; províncias de municípios, distritos são um tanto menores e municipalidade é um governo local, tipo presidente de associação. Uma administração rotativa e eficiente!
Com quase 9 milhões de habitantes, os 30% de peruanos vivem na capital da nação, em meio ao trânsito barulhento e conturbado, não muito diferente da realidade brasileira. A pequena Europa da América Latina tem colônias japonesa, chinesa, italiana e por aí vaí. A fama atraiu pessoas de diferentes partes do mundo, orientadas pelos guias a experimentarem as especiarias da casa: o refrigerante Inca Kola, a bebida caliente Pisco Sour e o saudável ceviche, nada parecido com nossas moquecas.
Na Javier Prado, avenida que liga o leste e oeste de Lima, departamentos, províncias e municipalidades se juntam para otimizar os serviços públicos. Bairro também tem prefeito, que administra a arrecadação dos moradores e investe em obras de interesse coletivo. Departamentos são espécies de estados; províncias de municípios, distritos são um tanto menores e municipalidade é um governo local, tipo presidente de associação. Uma administração rotativa e eficiente!
Com quase 9 milhões de habitantes, os 30% de peruanos vivem na capital da nação, em meio ao trânsito barulhento e conturbado, não muito diferente da realidade brasileira. A pequena Europa da América Latina tem colônias japonesa, chinesa, italiana e por aí vaí. A fama atraiu pessoas de diferentes partes do mundo, orientadas pelos guias a experimentarem as especiarias da casa: o refrigerante Inca Kola, a bebida caliente Pisco Sour e o saudável ceviche, nada parecido com nossas moquecas.
Aqui, calles (ou ruas) também são jiróns, fruto da influência europeia. Não há metrô pelos constantes terremotos, não por inoperância do poder público como em Salvador; as ruas têm nomes inusitados, a exemplo de “As Divorciadas” e há dia pra tudo: Pisco, Cuye (ou porquinho-da-índia), Pollo (ou frango), e muitos outros que não deu pra registrar em apenas um dia.
Na Catedral, “no vídeos o fotografias”, para guardar apenas na memória as catacumbas escondidas sob votos franciscanos de obediência, pobreza e castidade. Os mártires locais são quase santos, expostos em imagens ao lado de pinturas de São Francisco de Assis e São Judas Tadeu, desgastadas pela intensa umidade.
Mármore italiano e madeira da Nicarágua. Esses são apenas alguns exemplos da volta ao mundo que se dá ao visitar as igrejas do Peru, onde a troca de experiências entre os nativos e os europeus resultou em uma cultura única, que, através da verdadeira antropofagia, aproveitou algo de positivo do processo de dominação, não deixando, em nenhum momento, sua real cultura de lado. Pelo contrário, os diversos símbolos incas estão expostos por todos os cantos. Que dirá a Escola Cusqueña: que teve a ousadia de pintar o quadro “A Última Ceia” com um cuye no prato principal e expressões indígenas nas feições dos apóstolos. Criatividade e sabedoria destacam esse povo!
Na Catedral, “no vídeos o fotografias”, para guardar apenas na memória as catacumbas escondidas sob votos franciscanos de obediência, pobreza e castidade. Os mártires locais são quase santos, expostos em imagens ao lado de pinturas de São Francisco de Assis e São Judas Tadeu, desgastadas pela intensa umidade.
Mármore italiano e madeira da Nicarágua. Esses são apenas alguns exemplos da volta ao mundo que se dá ao visitar as igrejas do Peru, onde a troca de experiências entre os nativos e os europeus resultou em uma cultura única, que, através da verdadeira antropofagia, aproveitou algo de positivo do processo de dominação, não deixando, em nenhum momento, sua real cultura de lado. Pelo contrário, os diversos símbolos incas estão expostos por todos os cantos. Que dirá a Escola Cusqueña: que teve a ousadia de pintar o quadro “A Última Ceia” com um cuye no prato principal e expressões indígenas nas feições dos apóstolos. Criatividade e sabedoria destacam esse povo!
No espaço de oração também há artesanato, com bonecas em miniatura, ímãs de geladeira, exemplares minúsculos de bebidas peculiares, balas de coca e tantas outras variedades. Por outro lado, o assédio dos vendedores e pedintes nas ruas chega à invasão de privacidade. Insistência que atinge a humilhação é uma atitude bem negativa, que demonstra claramente a desigualdade social do país.
Pelas avenidas, os postos de gasolina dão lugar a uma simples bomba em que o próprio motorista faz o abastecimento. Pelas praças, flores e muitas cores, “perros” enormes e bem cuidados passeando com seus donos; casais andando de patins e bicicleta; segurança e limpeza bem longe de serem vistas na capital baiana. O engarrafamento e o excesso de buzinas ofuscam, por outro lado, a beleza desse cenário verde e bem preparado.
De Larcomar ao Farol, luzes de Natal; a Plaza Del Amor convida aos besos e à noite que, brevemente, será curtida em Barranco – apesar de os nativos considerarem este distrito menos seguro, quando comparado ao de Miraflores. “La Noche”, aí vamos nós, curtir o som do Laguna Pai, com seu reggae contestador e envolvente!
Pelas avenidas, os postos de gasolina dão lugar a uma simples bomba em que o próprio motorista faz o abastecimento. Pelas praças, flores e muitas cores, “perros” enormes e bem cuidados passeando com seus donos; casais andando de patins e bicicleta; segurança e limpeza bem longe de serem vistas na capital baiana. O engarrafamento e o excesso de buzinas ofuscam, por outro lado, a beleza desse cenário verde e bem preparado.
De Larcomar ao Farol, luzes de Natal; a Plaza Del Amor convida aos besos e à noite que, brevemente, será curtida em Barranco – apesar de os nativos considerarem este distrito menos seguro, quando comparado ao de Miraflores. “La Noche”, aí vamos nós, curtir o som do Laguna Pai, com seu reggae contestador e envolvente!
DICAS ÚTEIS
Sofá Café – Larcomar: A pizza é à moda da casa, servida em cortes sobre uma tábua de madeira. As especiarias são típicas, bem como a chicha morada. Ambiente aconchegante e inventivo, com arte em jornal, azulejos e servilletas ecológicas. O atendimento é eficiente e acolhedor, enquanto os preços são moderados.
Sofá Café – Larcomar: A pizza é à moda da casa, servida em cortes sobre uma tábua de madeira. As especiarias são típicas, bem como a chicha morada. Ambiente aconchegante e inventivo, com arte em jornal, azulejos e servilletas ecológicas. O atendimento é eficiente e acolhedor, enquanto os preços são moderados.
La Noche – Barranco: Por aqui, a nota fiscal é manual e o carimbo de identificação é visível, saindo da pele apenas no outro dia, rs. Detalhes à parte, o espaço é um misto de rústico e clássico, com decoração em madeira. A cerveza Cristal e o tradicional Pisco Sour marcam presença ao lado da boa música.
2º Dia (21/12/2013)
Chegando a Cusco
No aeroporto rumo a Cusco, o desayuno não é nada prático. Pedimos para viagem e eis que o pão com ovo vem todo aberto, sem guardanapos ou talheres. Uma bagunça só! Com voo pontual, check-in e embarque descontraídos e tranquilos, a Star Perú oferece um serviço orgânico sobre uma paisagem de tirar o fôlego, literalmente, pelos efeitos da altitude. Mirar deserto, neve, lagos, rios e mastigar balas de coca amenizam a sensação de ouvidos tapados.
Ao desembarcar na antiga capital dos incas, os lábios começam a ressecar. Ao caminhar, cansaço: tudo está em câmera lenta? O perfil do povo acolhedor de Cusco logo se apresenta através do guia alto-astral Fernando, estudante do nosso idioma e um aprendiz bastante interativo. Construções e ruas de pedra, artesanías e uma verdadeira Torre de Babel nos acompanham. O Peru encanta todo o mundo: “descubra sus maravillas!”
Temperaturas que podem chegar a graus negativos no inverno, altitude de quase 4.000m e cerca de 500 mil habitantes, Cusco esconde o Valle Sagrado e Machu Picchu, um dos destinos mais mágicos do planeta. Nesse período, melhor sair preparado com capa, boné, casaco e demais apetrechos para suportar a instabilidade climática, que oscila do sol à chuva; da sensação térmica agradável ao frio intenso - isso se for brasileiro, porque europeus e norte-americanos desfilam de shortinho, rs.
Ao experimentar o té de coca, o sabor do chá verde brasileiro vem à tona. Já as hojas, somente saboreadas dias depois, na Ilha Taquile, em Puno, são bem amargas, mas dizem que a segunda vez é melhor e depois o paladar acostuma.
Chegando a Cusco
No aeroporto rumo a Cusco, o desayuno não é nada prático. Pedimos para viagem e eis que o pão com ovo vem todo aberto, sem guardanapos ou talheres. Uma bagunça só! Com voo pontual, check-in e embarque descontraídos e tranquilos, a Star Perú oferece um serviço orgânico sobre uma paisagem de tirar o fôlego, literalmente, pelos efeitos da altitude. Mirar deserto, neve, lagos, rios e mastigar balas de coca amenizam a sensação de ouvidos tapados.
Ao desembarcar na antiga capital dos incas, os lábios começam a ressecar. Ao caminhar, cansaço: tudo está em câmera lenta? O perfil do povo acolhedor de Cusco logo se apresenta através do guia alto-astral Fernando, estudante do nosso idioma e um aprendiz bastante interativo. Construções e ruas de pedra, artesanías e uma verdadeira Torre de Babel nos acompanham. O Peru encanta todo o mundo: “descubra sus maravillas!”
Temperaturas que podem chegar a graus negativos no inverno, altitude de quase 4.000m e cerca de 500 mil habitantes, Cusco esconde o Valle Sagrado e Machu Picchu, um dos destinos mais mágicos do planeta. Nesse período, melhor sair preparado com capa, boné, casaco e demais apetrechos para suportar a instabilidade climática, que oscila do sol à chuva; da sensação térmica agradável ao frio intenso - isso se for brasileiro, porque europeus e norte-americanos desfilam de shortinho, rs.
Ao experimentar o té de coca, o sabor do chá verde brasileiro vem à tona. Já as hojas, somente saboreadas dias depois, na Ilha Taquile, em Puno, são bem amargas, mas dizem que a segunda vez é melhor e depois o paladar acostuma.
O primeiro banho sob um frio arrebatador anestesia os pés, posteriormente cobertos com meias. Do mesmo modo, luvas, touca e echarpe ajudam bastante a esquentar o corpo. O snack não degustado no avião é a refeição leve recomendada para ser digerida facilmente enquanto apreciamos a chuva e fotografamos a paisagem, além de compartilhar experiências com familiares pela internet.
Lembramos muito de Gandhi durante a viagem, nosso filhote de labrador, pois encontramos parceiros da raça superobedientes trabalhando com policiais nos aeroportos, bem como lindos e gigantes perros pelas ruas peruanas.
Na primeira saída, diversos vendedores nos seguem e, enfim, vivenciamos o que havíamos lido antes de partir. Nossa energia atrai um estudante de artes com belas telas sobre a cultura e natureza locais. Após a superação das ambiguidades da língua, adquirimos duas obras do artista Hector.
Lembramos muito de Gandhi durante a viagem, nosso filhote de labrador, pois encontramos parceiros da raça superobedientes trabalhando com policiais nos aeroportos, bem como lindos e gigantes perros pelas ruas peruanas.
Na primeira saída, diversos vendedores nos seguem e, enfim, vivenciamos o que havíamos lido antes de partir. Nossa energia atrai um estudante de artes com belas telas sobre a cultura e natureza locais. Após a superação das ambiguidades da língua, adquirimos duas obras do artista Hector.
Partimos para o mercado em busca da necessária água, vital para esta altitude, e nos empolgamos com as cusqueñas roja e negra. O chocolate “Tesouro dos Incas”, personalizado com as maravilhas desta terra; cereal; castanha; bala de coca com café e minisalames defumados “made in Peru” vão para nossa mochila rapidamente. Dali, voltamos ao hotel, com o objetivo de guardar as compras e seguir para o destino inicial: Mercado Cultural de Cusco, para presentear-nos e agradar os mais chegados.
Pelo caminho, cotações do dólar e fotos, muitas fotos, incluindo as guardas de trânsito, que, desde Lima, organizavam o tráfego; semáforos e paraderos adornados em estilo clássico; ruas que mais parecem calçadas; carros pequeninos, em geral, táxis; filhotes de lhamas enfeitados para render trocados, além dos ambientes repletos de arte, com pinturas, esculturas, tecidos e pedras trabalhadas. Tudo lembra o clima de interior, não fosse o número de turistas que transitam por aqui.
Vários outros mercados culturais chamam a nossa atenção e quase desviam o foco. Mas não nos arrependemos por escolher o central e queríamos levar tudo: platas, chulos, mantas, casacos, calças, blusas com símbolos incas, bem como as típicas lembrancinhas, exemplificadas por chaveiros e ímãs de geladeira. Em cada tienda, os vendedores, sempre simpáticos, fazem questão de explicar os detalhes das suas produções e alguns até interagem com perguntas sobre o Brasil. Futebol/Copa do Mundo e Carnaval são temas recorrentes.
Pelo caminho, cotações do dólar e fotos, muitas fotos, incluindo as guardas de trânsito, que, desde Lima, organizavam o tráfego; semáforos e paraderos adornados em estilo clássico; ruas que mais parecem calçadas; carros pequeninos, em geral, táxis; filhotes de lhamas enfeitados para render trocados, além dos ambientes repletos de arte, com pinturas, esculturas, tecidos e pedras trabalhadas. Tudo lembra o clima de interior, não fosse o número de turistas que transitam por aqui.
Vários outros mercados culturais chamam a nossa atenção e quase desviam o foco. Mas não nos arrependemos por escolher o central e queríamos levar tudo: platas, chulos, mantas, casacos, calças, blusas com símbolos incas, bem como as típicas lembrancinhas, exemplificadas por chaveiros e ímãs de geladeira. Em cada tienda, os vendedores, sempre simpáticos, fazem questão de explicar os detalhes das suas produções e alguns até interagem com perguntas sobre o Brasil. Futebol/Copa do Mundo e Carnaval são temas recorrentes.
No fim do dia, o corpo dolorido demonstra a defesa dos músculos contra o frio. O nariz coriza e começa a entupir, a garganta coça... Resultados da mudança climática do litoral para o vale.
Em Cusco, a arquitetura europeia – com a grandiosidade do barroco – convive com as colores e formas excêntricas dos incas; com o requinte da classe média alta e seus carros de última geração; com a pobreza dos inúmeros pedintes, em geral, crianças, idosos e mulheres, e, por incrível que pareça, com o mau cheiro emanado do esgoto que corta, em corredores, a avenida do Sol, principal da cidade.
Na noite, o ceviche misto lembra a culinária japonesa, com suas trutas e camarões quase crus, alface, papas e temperos picantes, que dão o sabor especial ao prato light que escolhemos, pensando ser igual às moquecas brasileiras. Mas a papa a la huancaína estava ótima!
Antes da primeira noite de sono em Cusco, hora de organizar os souvernirs, para não deixar ninguém excluído do sonho peruano. E rumo aos sítios arqueológicos, 400m acima dos 3.400m da sede.
Em Cusco, a arquitetura europeia – com a grandiosidade do barroco – convive com as colores e formas excêntricas dos incas; com o requinte da classe média alta e seus carros de última geração; com a pobreza dos inúmeros pedintes, em geral, crianças, idosos e mulheres, e, por incrível que pareça, com o mau cheiro emanado do esgoto que corta, em corredores, a avenida do Sol, principal da cidade.
Na noite, o ceviche misto lembra a culinária japonesa, com suas trutas e camarões quase crus, alface, papas e temperos picantes, que dão o sabor especial ao prato light que escolhemos, pensando ser igual às moquecas brasileiras. Mas a papa a la huancaína estava ótima!
Antes da primeira noite de sono em Cusco, hora de organizar os souvernirs, para não deixar ninguém excluído do sonho peruano. E rumo aos sítios arqueológicos, 400m acima dos 3.400m da sede.
DICAS ÚTEIS
Paititi: Restaurante bem localizado (próximo à Plaza de Armas), refinado e com atendimento excelente, o Paititi tem espelhos da porta à mesa, rs. O preço não é caro para o lugar, com refeições para duas pessoas numa média de pouco mais de 50 soles.
Avaliação TripAdvisor
Paititi: Restaurante bem localizado (próximo à Plaza de Armas), refinado e com atendimento excelente, o Paititi tem espelhos da porta à mesa, rs. O preço não é caro para o lugar, com refeições para duas pessoas numa média de pouco mais de 50 soles.
Avaliação TripAdvisor
3º Dia (22/12/2013)
City Tour em Cusco
Pela manhã, o mal-estar: forte dor de cabeça. Mas nada que um Dorflex não resolva. O desayuno tem algo marcante: bolinhas de mantequilla extremamente duras, o que torna o ato de passá-la no pão quase impossível. “Ai que saudade da velha Qualy, rs.” Para acompanhar, geleia de goiaba e pão um tanto seco ao nosso paladar. Ah, e café gelado! Por outro lado, deliciosos pastéis (bolos) com essência de banana e uma espécie de cereal que lembra palomitas (pipocas), bem como o típico té de coca satisfazem a fome, carregando forças para os passeios.
Na Catedral – terceira maior da América Latina e segunda após Lima por questões políticas -, a Sagrada Família é representada em formas geométricas triangulares, que desvendam os traços indígenas e a simbologia da fertilidade em meio ao estilo europeu, repleto de oro y plata. É a famosa Escola Cusqueña, que deu o toque andino aos espaços colonizados. É aqui também que encontramos o primeiro Cristo feito nas Américas e a virgem Maria embaraçada. Dualidade característica dos incas.
No Qorikancha, lugar de templos, como o das estrelas, e de estudos astronômicos, que acompanhavam o movimento do sol, ergue-se o Convento de Santo Domingo, mais um fruto da presença espanhola. Muros com bases que aproveitaram as pedras móveis e arredondadas protegeram-se dos abalos sísmicos ocorridos ao longo dos anos e, atualmente, dão espaço a bancos e órgãos públicos.
Neste dia, ainda fomos assediados pelas mulheres - superinsistentes e estrategicamente convidativas - que exibem lhamas enfeitadas. Mesmo depois de quase 10 soles, elas continuam achando pouco e pedem mais. O pior é que não avisam com antecedência a intenção implícita, muito longe do mero entretenimento e bem mais perto da sobrevivência. Aprendemos a lição e, quando víamos algo parecido, nos afastávamos e dizíamos gracias, evitando contato visual.
City Tour em Cusco
Pela manhã, o mal-estar: forte dor de cabeça. Mas nada que um Dorflex não resolva. O desayuno tem algo marcante: bolinhas de mantequilla extremamente duras, o que torna o ato de passá-la no pão quase impossível. “Ai que saudade da velha Qualy, rs.” Para acompanhar, geleia de goiaba e pão um tanto seco ao nosso paladar. Ah, e café gelado! Por outro lado, deliciosos pastéis (bolos) com essência de banana e uma espécie de cereal que lembra palomitas (pipocas), bem como o típico té de coca satisfazem a fome, carregando forças para os passeios.
Na Catedral – terceira maior da América Latina e segunda após Lima por questões políticas -, a Sagrada Família é representada em formas geométricas triangulares, que desvendam os traços indígenas e a simbologia da fertilidade em meio ao estilo europeu, repleto de oro y plata. É a famosa Escola Cusqueña, que deu o toque andino aos espaços colonizados. É aqui também que encontramos o primeiro Cristo feito nas Américas e a virgem Maria embaraçada. Dualidade característica dos incas.
No Qorikancha, lugar de templos, como o das estrelas, e de estudos astronômicos, que acompanhavam o movimento do sol, ergue-se o Convento de Santo Domingo, mais um fruto da presença espanhola. Muros com bases que aproveitaram as pedras móveis e arredondadas protegeram-se dos abalos sísmicos ocorridos ao longo dos anos e, atualmente, dão espaço a bancos e órgãos públicos.
Neste dia, ainda fomos assediados pelas mulheres - superinsistentes e estrategicamente convidativas - que exibem lhamas enfeitadas. Mesmo depois de quase 10 soles, elas continuam achando pouco e pedem mais. O pior é que não avisam com antecedência a intenção implícita, muito longe do mero entretenimento e bem mais perto da sobrevivência. Aprendemos a lição e, quando víamos algo parecido, nos afastávamos e dizíamos gracias, evitando contato visual.
Conhecemos fortalezas militares, templos destinados a rituais, agricultura e o paraíso inca das águas: Saqsayhuamán, Qénqo, Tambomachay e Pukapukara, respectivamente. No grupo, México, Argentina, Colômbia e Brasil se encontram diante das semelhanças e diferenças de línguas latino-americanas.
Ao visitar um pouco do imenso Império Inca, dividido em quatro nações, sendo Cusco o centro e Qorikancha o seu coração, o El Niño e sua fúria lembra que estamos sobre uma região de falhas geológicas e constante movimento das placas tectônicas – o Anel de Fogo ou Círculo de Fogo do Pacífico. Um pouco de adrenalina não faz mal!
Ao visitar um pouco do imenso Império Inca, dividido em quatro nações, sendo Cusco o centro e Qorikancha o seu coração, o El Niño e sua fúria lembra que estamos sobre uma região de falhas geológicas e constante movimento das placas tectônicas – o Anel de Fogo ou Círculo de Fogo do Pacífico. Um pouco de adrenalina não faz mal!
DICAS ÚTEIS
Don Marcelo Restaurant: Com ambiente moderno, diversas garrafas de vinhos espalhadas pelas paredes e pelo teto, esse restaurante atrai os clientes com seu atendimento rápido e menu que oscila de um simples snack (com diferentes sanduíches) a opções de almuerzo (como as massas) e cena (destaque para as pizzas). Os preços são razoáveis e a localização é referência: ao lado da Catedral.
Avaliação TripAdvisor
Café de La Paz: Fomos convidados para degustar a promoção do momento: uma dose de Pisco Sour grátis. Daí experimentamos bastones de yuca com queso andino, salsa e huancaína, acompanhados de deliciosas torradas, como cortesia da casa, mais uma pizza média. Os preços também não são caros e o atendimento é personalizado e listo.
Avaliação TripAdvisor
Don Marcelo Restaurant: Com ambiente moderno, diversas garrafas de vinhos espalhadas pelas paredes e pelo teto, esse restaurante atrai os clientes com seu atendimento rápido e menu que oscila de um simples snack (com diferentes sanduíches) a opções de almuerzo (como as massas) e cena (destaque para as pizzas). Os preços são razoáveis e a localização é referência: ao lado da Catedral.
Avaliação TripAdvisor
Café de La Paz: Fomos convidados para degustar a promoção do momento: uma dose de Pisco Sour grátis. Daí experimentamos bastones de yuca com queso andino, salsa e huancaína, acompanhados de deliciosas torradas, como cortesia da casa, mais uma pizza média. Os preços também não são caros e o atendimento é personalizado e listo.
Avaliação TripAdvisor
4º Dia (23/12/2013)
Vale Sagrado
Novamente Gilmar – que aprendeu a fotografar por influência do pai – é o nosso guia e Rodolfo, o motorista, profissional premiado em pesquisas recentes pela sua pontualidade. No Mercado de Pisac, compramos uma pirâmide com pedras locais, dentre elas a serpentina, de Machu Picchu, e a ônix, para proteção e boas energias; conhecemos as peculiaridades da plata pura e mesclada com cobre (flexibilidade x dureza), vemos uma criação de cuyes e aprendemos muito com os nativos. Sair do centro e visitar a zona rural foi a melhor experiência que tivemos!
Vale Sagrado
Novamente Gilmar – que aprendeu a fotografar por influência do pai – é o nosso guia e Rodolfo, o motorista, profissional premiado em pesquisas recentes pela sua pontualidade. No Mercado de Pisac, compramos uma pirâmide com pedras locais, dentre elas a serpentina, de Machu Picchu, e a ônix, para proteção e boas energias; conhecemos as peculiaridades da plata pura e mesclada com cobre (flexibilidade x dureza), vemos uma criação de cuyes e aprendemos muito com os nativos. Sair do centro e visitar a zona rural foi a melhor experiência que tivemos!
Rumo a Ollantaytambo, cidade inca edificada antes de Machu Picchu, descobrimos a mania de perfeição desses povos: o local foi abandonado por conta da erosão, para evitar desabamento e, consequentemente, o abalo do prestígio do rei e sua família, o que seria a pior vergonha para eles. Canais de água e terraços para agricultura; celeiros e templos sobre pedras encaixadas perfeitamente ofertavam presentes aos deuses e celebravam a sabedoria destes seres iluminados. Por aqui o clima é mais quente, pela menor altitude, e a Amazônia dá o ar da graça, com sua variedade de verde e a força do rio Urubamba.
Em Chinchero, temos uma verdadeira aula de medicina natural com as mulheres, que explicam sobre o uso da chicha para hipertensão; das plantas que servem como batons e para tinturar roupas; da quinua, consumida por astronautas pelo seu potencial nutritivo e apresentam a quase infinitude das espécies de papas e maízes. O filho de uma delas é o ajudante-mirim e demonstra a importância da tradição desde pequeno.
A paisagem beira a neve e mostra dejetos espalhados de forma desordenada, além de construções inacabadas, que comprometem a beleza natural do Vale Sagrado. Há ciclovia e ferrovia, no lugar corriqueiramente escolhido pelos mochileiros para descansar antes de fazer a trilha da famosa cidade perdida dos incas.
5º Dia (24/12/2013)
Machu Picchu!
Sob tempo chuvoso, embarcamos no Perurail para Machu Picchu. O teto de vidro proporciona a apreciação de paisagens magníficas, que incluem fazendas e suas plantações; o vigor das águas do Urubamba; a majestade das montanhas e da Floresta Amazônica e o aconchego do frio. Com sua equipe agradável e profissional, a empresa que fez nosso primeiro trajeto de trilhos oferece música regional e informações curiosas sobre a geografia e história do lugar de destino, com altitude menor que Cusco e clima mais úmido também.
Machu Picchu!
Sob tempo chuvoso, embarcamos no Perurail para Machu Picchu. O teto de vidro proporciona a apreciação de paisagens magníficas, que incluem fazendas e suas plantações; o vigor das águas do Urubamba; a majestade das montanhas e da Floresta Amazônica e o aconchego do frio. Com sua equipe agradável e profissional, a empresa que fez nosso primeiro trajeto de trilhos oferece música regional e informações curiosas sobre a geografia e história do lugar de destino, com altitude menor que Cusco e clima mais úmido também.
Em Águas Calientes, abastecemos a mochila com sanduíches naturais, após encontrar o guia poliglota do passeio: Darcy Socrátes, gente boa “do carai”, como costumava dizer, demonstrando o profundo conhecimento das gírias brasileiras, rs. Quéchua, espanhol, português e inglês são apenas alguns idiomas que aprendeu na prática, além de saber tudo sobre a cultura inca: das técnicas agrícolas e arquitetônicas, como os terraços donde outrora havia maízes, yuca (aipim), maracujá-do-mato, dentre outras variedades; os celeiros para armazenar alimentos; os canais de água, com processo de filtragem e proteção contra sismos à astronomia e espiritualidade, com a angulação das pedras que apontam para o sol, os espelhos d’água - local para a leitura do calendário agrícola -, bem como os templos que contemplavam os deuses e os agradavam com oferendas, por raras vezes humana.
Machu Picchu é o ponto de encontro entre a selva e a serra, por isso usada como espaço estratégico pelos incas para moradia dos sacerdotes e intelectuais, comportando cerca de 500 pessoas ou até 1.000, com as constantes visitas do rei e sua família. A descoberta do lugar pelo norte-americano Hiram Bingham não é bem vista pelos nativos, afinal, eles já conheciam o lugar, mas não avisaram aos quatro cantos do mundo. Então, fazem questão de citar seu conterrâneo Pablito e contar a verdadeira história, não narrada em muitos livros nem pela imprensa.
O Photoshop se encarrega de fazer uma reconstrução do espaço com tetos e pessoas, dando uma ideia mais clara de como funcionava esta construção perfeita, que desafia os arquitetos contemporâneos, mesmo com toda a tecnologia desenvolvida atualmente. Ao lado das pedras, jardins repletos de bromélias, frutas-do-conde (pinha), abacaxi e o “redbull” dos incas, como dizia Darcy: a folha de coca, ótima para dar energia e superar os efeitos da altitude.
É neste lugar mágico onde encontramos uma brasileira, paulista, expert em meditação, que nos conta sobre a vida e desperta o interesse para o amadurecimento do campo espiritual. Desapegados, ela e seu parceiro viajam pelo mundo, contemplando, participando e vivendo cada dia como um verdadeiro carpe diem.
O Photoshop se encarrega de fazer uma reconstrução do espaço com tetos e pessoas, dando uma ideia mais clara de como funcionava esta construção perfeita, que desafia os arquitetos contemporâneos, mesmo com toda a tecnologia desenvolvida atualmente. Ao lado das pedras, jardins repletos de bromélias, frutas-do-conde (pinha), abacaxi e o “redbull” dos incas, como dizia Darcy: a folha de coca, ótima para dar energia e superar os efeitos da altitude.
É neste lugar mágico onde encontramos uma brasileira, paulista, expert em meditação, que nos conta sobre a vida e desperta o interesse para o amadurecimento do campo espiritual. Desapegados, ela e seu parceiro viajam pelo mundo, contemplando, participando e vivendo cada dia como um verdadeiro carpe diem.
Na volta para Cusco, apresentação cultural no trem e desfile de moda com os próprios funcionários e passageiros reforçam a criatividade dessa população. Em Cusco, perros nas ruas – pois mesmo com seus donos gostam da liberdade e possibilidade de socialização do ambiente exterior -, além de muitos pedintes e vendedores, um retrato da injustiça social latino-americana. É Natal, e muitos nativos praticamente dormem nas ruas esperando trocados dos turistas em insistentes pedidos ou por meio da comercialização de seus produtos, tão baratos que desvalorizam o trabalho minucioso do artesão. Só nos resta contribuir e desejar “¡ Feliz Navidad!”
DICAS ÚTEIS
Centenário: Atendimento nota 10 com novos encontros: um senhor peruano apaixonado pelo Brasil, especialmente por Minas Gerais. Futebol, carnaval e MPB são outros assuntos lembrados ao citar nosso país.
6º Dia (25/12/2013)
Tour Rota do Sol: Cusco/Puno
Neste dia, o frio intenso incentivou a compra de um casaco de alpaca no La Pacana Restaurant, em Sicuani, uma verdadeira fazenda com quedas d’água, camelídeos, flores e aconchego. Em Andayuaylillas, a Igreja de San Pedro e o museu movimentam o comércio local. Raqchi nos leva a templos e artesanato ao vivo e em cores. Pela estrada, passamos por La Raya, ponto mais alto e coberto por neve. Nosso guia Marco também interage em português e nos mostra símbolos sagrados, como a chakana – cruz; o condor, o puma e a serpente = céu, terra e mundo dos mortos, ao lado dos sacrifícios humanos feitos de maneira mais constante pelos pré-incas.
Tour Rota do Sol: Cusco/Puno
Neste dia, o frio intenso incentivou a compra de um casaco de alpaca no La Pacana Restaurant, em Sicuani, uma verdadeira fazenda com quedas d’água, camelídeos, flores e aconchego. Em Andayuaylillas, a Igreja de San Pedro e o museu movimentam o comércio local. Raqchi nos leva a templos e artesanato ao vivo e em cores. Pela estrada, passamos por La Raya, ponto mais alto e coberto por neve. Nosso guia Marco também interage em português e nos mostra símbolos sagrados, como a chakana – cruz; o condor, o puma e a serpente = céu, terra e mundo dos mortos, ao lado dos sacrifícios humanos feitos de maneira mais constante pelos pré-incas.
Em meio à forte chuva, os nativos celebram a vida, movidos pelas tradições folclóricas. Sem bota impermeável, mas com capa, ficamos ilhados e um tanto resfriados, com garganta a reclamar... Chá de coca e Inca Kola são comuns por aqui também. Fábricas e turismo preenchem os arredores, anunciando as principais fontes de renda da região.
No hotel Munay Tambo, apenas um bom banho e uma saída para a cena. É momento de recarregar os ânimos para o full day no lago comercial navegável mais alto do mundo e o segundo maior em extensão na América Latina.
No hotel Munay Tambo, apenas um bom banho e uma saída para a cena. É momento de recarregar os ânimos para o full day no lago comercial navegável mais alto do mundo e o segundo maior em extensão na América Latina.
7º Dia (26/12/2013)
Tour Lago Titikaka
Em Puno, o guia Willy explica detalhes sobre as ilhas flutuantes, bem como a origem do nome Titikaka, escrito com “k” por conta da melhor pronúncia para os nativos. O cinza das águas, em virtude das nuvens nubladas na maior parte do tempo, também dialoga com a cor do puma, animal que emprestou sua forma ao mapa do lugar.
Tecelagem e pesca caracterizam esse povo afável e feliz. Rosa Amorosa e José, os presidentes dos Uros, nos recebem com o típico aimará Kamisaraki (Como vai?) e nós respondemos Waliki (Bem!). Na despedida, Ios pagará, uma forma de agradecer pela visita.
Tour Lago Titikaka
Em Puno, o guia Willy explica detalhes sobre as ilhas flutuantes, bem como a origem do nome Titikaka, escrito com “k” por conta da melhor pronúncia para os nativos. O cinza das águas, em virtude das nuvens nubladas na maior parte do tempo, também dialoga com a cor do puma, animal que emprestou sua forma ao mapa do lugar.
Tecelagem e pesca caracterizam esse povo afável e feliz. Rosa Amorosa e José, os presidentes dos Uros, nos recebem com o típico aimará Kamisaraki (Como vai?) e nós respondemos Waliki (Bem!). Na despedida, Ios pagará, uma forma de agradecer pela visita.
A organização das famílias que por aqui vivem é o mais intrigante: o frio obriga a dormirem juntos e tomarem banho apenas uma vez por semana, quando vão à cidade para realizar escambos. No dia a dia, apenas o rosto é lavado nas águas geladas, com temperatura média de 9ºC. Os dentes são brancos por causa do junco totora, matéria-prima para a construção das ilhas, dos barcos e para a produção de artesanato, além de ser uma rica fonte de alimento. Tudo isso é demonstrado com a ajuda de uma maquete, construída pelos moradores da ilha flutuante e apresentada de maneira dinâmica e interativa.
As mulheres casadas usam pompons pretos; já as solteiras chamam a atenção com cores vivas. A escola mais próxima é primária, mas os nativos seguem para Puno para concluir o segundo grau e ingressar na faculdade. Com orgulho das tradições, não deixam de lado suas vestimentas e seu jeito excêntrico de caminhar: “estilo pinguins”, como afirma Willy, para um lado e para o outro, pois dessa forma estabilizam o movimento da flutuação.
Se antes as necessidades fisiológicas eram feitas diretamente no rio, o que lhe conferiu um aspecto esverdeado e um certo mau cheiro, hoje o governo doa banheiros químicos, semanalmente recolhidos para limpeza; a antiga corda rústica, usada principalmente na base da construção, foi substituída pela de nylon, a fim de aumentar a durabilidade desses lares únicos, que podem flutuar por mais de 40 anos, se mantida a manutenção constante para a troca do material envelhecido. Quanto à energia solar instalada pelo presidente Fujimori, resultou na sua fama e adoração por essas áreas.
Em uma das ilhas da comunidade até hospedagem existe, ao lado de restaurante e tienda de artesanato. E imaginar que tudo isso está flutuando por este imenso lago... Do lado da Bolívia, não há junco nem ilhas flutuantes. O rio é mais profundo e chega aos 200m.
Se antes as necessidades fisiológicas eram feitas diretamente no rio, o que lhe conferiu um aspecto esverdeado e um certo mau cheiro, hoje o governo doa banheiros químicos, semanalmente recolhidos para limpeza; a antiga corda rústica, usada principalmente na base da construção, foi substituída pela de nylon, a fim de aumentar a durabilidade desses lares únicos, que podem flutuar por mais de 40 anos, se mantida a manutenção constante para a troca do material envelhecido. Quanto à energia solar instalada pelo presidente Fujimori, resultou na sua fama e adoração por essas áreas.
Em uma das ilhas da comunidade até hospedagem existe, ao lado de restaurante e tienda de artesanato. E imaginar que tudo isso está flutuando por este imenso lago... Do lado da Bolívia, não há junco nem ilhas flutuantes. O rio é mais profundo e chega aos 200m.
Na Ilha Taquile, a realidade é outra. Nada de flutuação! Influência dos pré-incas, as construções usam bastante adobe e a indumentária dos nativos abusa de gorros e mantas. Novamente as cores representam o estado civil: gorros com pontas brancas são para homens solteiros, enquanto os coloridos são para os casados. Parece que por aqui estes devem chamar atenção, rs. Durante três anos, os casais moram juntos e a mulher tece uma faixa com desenhos que representam o que espera do futuro casamento, como número de filhos e bens. Se o parceiro concordar, oficializam a união. Caso contrário, cada um segue seu rumo e procura outro companheiro para morar por mais três anos. “Very interesting”, comenta uma gringa com traços orientais que nos acompanhou neste dia.
Além da selva, a plantação de coca é autorizada pelo governo na Ilha Taquile, pois faz parte da tradição dessas pessoas. Aqui não se cumprimenta com palavras, mas com a entrega das “hojas”, que, pela mastigação, dão coragem e atenuam o apetite para a labuta na roça, onde se planta, dentre outras espécies, as nativas papas. É aqui também que nasce o churro, planta que impede o embranquecimento dos cabelos, fazendo-os chegar à velhice sem um fio branco. A munha parece a nossa menta, e ajuda na digestão, sendo, ainda, fonte de energia. A expectativa de vida é maior que a de Lima, mas, apesar da serenidade e da “Vista Boa”, como os nativos conhecem o local, o mau hábito – ou a precisão - de pedir trocados se destaca nas crianças.
Os telhados são de alumínio por conta do baixo custo e o lixo está espalhado por todo o caminho. Como a lã utilizada é proveniente de ovelhas, bem mais pesadas que as de alpaca, as famílias dormem juntas sem muita opção para mudar de posição ao longo da madrugada. A energia solar não foi aceita inicialmente para evitar mudança dos costumes com a chegada das tecnologias, porém os jovens viajam frequentemente à cidade e trazem novidades para suas famílias.
Enquanto os aimarás das Ilhas Uros têm atividades bem definidas para homens e mulheres, os quéchuas da Ilha Taquile são democráticos e todos realizam as mesmas tarefas, o que é motivo de piada para alguns homens peruanos que moram em outras paragens e não percebem o avanço de pensamento desta terra de surpresas, onde as mulheres estão acostumadas a carregar o peso dos filhos e dos artesanatos em trouxas presas às próprias costas, de modo que é comum encontrá-las trabalhando em áreas como a construção civil, desempenhando as mesas tarefas dos homens. Heranças da democracia inca...
Os telhados são de alumínio por conta do baixo custo e o lixo está espalhado por todo o caminho. Como a lã utilizada é proveniente de ovelhas, bem mais pesadas que as de alpaca, as famílias dormem juntas sem muita opção para mudar de posição ao longo da madrugada. A energia solar não foi aceita inicialmente para evitar mudança dos costumes com a chegada das tecnologias, porém os jovens viajam frequentemente à cidade e trazem novidades para suas famílias.
Enquanto os aimarás das Ilhas Uros têm atividades bem definidas para homens e mulheres, os quéchuas da Ilha Taquile são democráticos e todos realizam as mesmas tarefas, o que é motivo de piada para alguns homens peruanos que moram em outras paragens e não percebem o avanço de pensamento desta terra de surpresas, onde as mulheres estão acostumadas a carregar o peso dos filhos e dos artesanatos em trouxas presas às próprias costas, de modo que é comum encontrá-las trabalhando em áreas como a construção civil, desempenhando as mesas tarefas dos homens. Heranças da democracia inca...
8º Dia (27/12/2013)
Saída para Arequipa e city tour na cidade
Pela estrada, o fim do Deserto do Atacama reúne lixo e pedras. Área de transição entre a costa e a serra, Arequipa foi ponto de intercâmbio desde a época dos pré-incas e, até hoje, atrai muitos cidadãos peruanos pelo clima mais quente e agitado da cidade, considerada a segunda maior e mais bonita após a capital – título que, particularmente, não concordamos, entregando-o a Cusco, a eterna sede dos incas.
Saída para Arequipa e city tour na cidade
Pela estrada, o fim do Deserto do Atacama reúne lixo e pedras. Área de transição entre a costa e a serra, Arequipa foi ponto de intercâmbio desde a época dos pré-incas e, até hoje, atrai muitos cidadãos peruanos pelo clima mais quente e agitado da cidade, considerada a segunda maior e mais bonita após a capital – título que, particularmente, não concordamos, entregando-o a Cusco, a eterna sede dos incas.
No city tour da Cidade Branca, construída com base no sillar, rocha vulcânica da região, o primeiro ponto visitado é o Mirador de Carmen Alto, do qual se tem uma bela vista do rio Chile e dos vulcões que rodeiam Arequipa: Misti, Chachani e Pichu Pichu. A famosa maca é o viagra peruano; as hojas de coca por aqui também servem para ler o futuro e o presente; mamão (papaya) e outros frutos similares aos brasileiros são comercializados no Mercado Popular, colorindo os olhos dos transeuntes, já encantados com a forma “Eiffel”, desenhada pelo mesmo idealizador da torre francesa; a agricultura tem como forte a produção de tecidos com fibra de alpaca; as praças e igrejas trazem o romantismo dos arcos e o orgulho dos arequipenhos quanto aos seus intelectuais; o queso helado é um sabor de sorvete bastante apetitoso.
No entanto, o espaço que mais chamou nossa atenção foi, certamente, o mosteiro onde viviam mulheres da fé, enclausuradas sob votos de pobreza, castidade, oração, trabalho, obediência e, acima de tudo, silêncio. O lugar se revela uma cidade dentro da outra, com divisão por ruas e praças. Segundo nossa guia, foi, também, o primeiro banco da região, já que muitas monjas de famílias nobres emprestavam dinheiro com juros e correção monetária, rs.
A múmia Juanita é um espetáculo à parte. Congelada, a jovem menina resistiu às intempéries da natureza e hoje circula pelo mundo mostrando aspectos da cultura inca que “justificam” o seu sacrifício – a fúria daquela que, ironicamente, conservou-a por tanto tempo. Como é de praxe por aqui, a influência da Universidade de Yale, nos EUA, com seus estudos sobre a sabedoria inca, conseguiu reunir diversos artefatos, como sandálias e oferendas de ouro, cobre e bronze, oferecidas aos deuses para amenizar sua cólera.
Em Arequipa, semáforos existem somente para carros; guardas de trânsito mulheres marcam presença mais uma vez, esbanjando simpatia, educação e profissionalismo, quando procuradas por turistas em busca de informações, e seguranças cadeirantes fazem o diferencial na política participativa.
Na Maison del Solar, Julia e seus “papitos” simpatizam com o casal e narram suas experiências pelo Brasil, em Foz do Iguaçu, e pela Argentina, além de darem dicas a respeito do Cânion do Colca, próximo lugar a ser visitado. O hotel já foi casa para abrigar os trabalhadores do antigo curtume, o que justifica o tamanho minúsculo dos banheiros e o aperto das escadarias.
Na Cidade Branca é a vez dos fuscas coloridos e, novamente, dos táxis de formas intrigantes e preços negociáveis. A Claro domina as propagandas e, junto com ela, aparecem algumas marcas globais, como Mc Donald’s e Burguer King. O crescimento desordenado impera, ofuscado pela névoa do horizonte, que lembra cinzas de vulcão.
Em Arequipa, semáforos existem somente para carros; guardas de trânsito mulheres marcam presença mais uma vez, esbanjando simpatia, educação e profissionalismo, quando procuradas por turistas em busca de informações, e seguranças cadeirantes fazem o diferencial na política participativa.
Na Maison del Solar, Julia e seus “papitos” simpatizam com o casal e narram suas experiências pelo Brasil, em Foz do Iguaçu, e pela Argentina, além de darem dicas a respeito do Cânion do Colca, próximo lugar a ser visitado. O hotel já foi casa para abrigar os trabalhadores do antigo curtume, o que justifica o tamanho minúsculo dos banheiros e o aperto das escadarias.
Na Cidade Branca é a vez dos fuscas coloridos e, novamente, dos táxis de formas intrigantes e preços negociáveis. A Claro domina as propagandas e, junto com ela, aparecem algumas marcas globais, como Mc Donald’s e Burguer King. O crescimento desordenado impera, ofuscado pela névoa do horizonte, que lembra cinzas de vulcão.
9º Dia (28/12/2013)
Cânion do Colca
De 1 milhão de habitantes, partimos para apenas 3.000, no Colca, lugar de águas termais, apesar da gelada sensação térmica. Pelo caminho, ultrapassamos os 5.000 metros de altitude, avistamos tapetes verdes, mas nenhum condor, ave sagrada dos incas, porém com poucos representantes, afastados pelo fluxo de turistas que, não informados por suas agências, insistem em esperá-la voar, quando está escondida do barulho e do movimento indesejados.
Cânion do Colca
De 1 milhão de habitantes, partimos para apenas 3.000, no Colca, lugar de águas termais, apesar da gelada sensação térmica. Pelo caminho, ultrapassamos os 5.000 metros de altitude, avistamos tapetes verdes, mas nenhum condor, ave sagrada dos incas, porém com poucos representantes, afastados pelo fluxo de turistas que, não informados por suas agências, insistem em esperá-la voar, quando está escondida do barulho e do movimento indesejados.
Nessa transição de clima, os ouvidos entopem, contraditoriamente, na menor altitude, causando incômoda dor de cabeça. Além da coriza e dos cantos do nariz feridos, piorados em Puno, a pele chega ao extremo do ressecamento e, para acabar de completar, os mosquitos “invisíveis” de Arequipa avançaram de forma tão sutil que só vimos o resultado depois: pernas totalmente manchadas. Único dia em que a bermuda saiu da mala, rs. Por isso, deixar a calça de lado na Cidade Branca é uma péssima ideia, ainda que o calor convide ao desfrute de roupas menores. Foram dias de coceira, intensificada nas águas termais, ficando insuportável continuar nelas por muito tempo.
O aparente mau cheiro das piscinas ferventes denuncia o enxofre de sua constituição e os banheiros que estranhamente ficam próximos dos locais de banho. Como a recepcionista do Pozo Del Cielo havia alertado, tivemos um leve mal-estar, que consistiu em suave dor de barriga e de cabeça, mas nada que um bom vinho e uma cusqueña não resolvessem na cena.
10º Dia (29/12/2013)
Tour Colca e retorno para Arequipa
Entre o cânion e o vale, conhecemos os collaguas e cabanas, povos aimará e quéchua, guerreiros x arquitetos, estes últimos apadrinhados pelos incas para a construção dos seus terraços. As citações são do guia Remi, jovem da localidade que sabe respeitar o passado e transitar pela contemporaneidade, com seu domínio de idiomas distintos.
Tour Colca e retorno para Arequipa
Entre o cânion e o vale, conhecemos os collaguas e cabanas, povos aimará e quéchua, guerreiros x arquitetos, estes últimos apadrinhados pelos incas para a construção dos seus terraços. As citações são do guia Remi, jovem da localidade que sabe respeitar o passado e transitar pela contemporaneidade, com seu domínio de idiomas distintos.
O costume de domesticar águias e falcões leva turistas a interagir com os nativos e seus animais através de fotografias - em troca de soles, claro! O “Colca Sour” é a bebida local, refrescante e similar ao nosso kiwi.
11º Dia (30/12/2013)
Livre em Arequipa
Na volta para o dia livre em Arequipa, um cochilo com a cabeça baixa provoca, pela primeira vez, o soroche, ou mal da altitude, com falta de ar, náusea, pressão baixa e vistas escuras. Poucos minutos soam como a eternidade.
De volta à Cidade Branca, mesmo debaixo de sol quente, os nativos usam casacos, afinal, ao anoitecer o frio é intenso e, por vezes, durante o dia, alguns lugares recebem um vento estranhamente frio.
Livre em Arequipa
Na volta para o dia livre em Arequipa, um cochilo com a cabeça baixa provoca, pela primeira vez, o soroche, ou mal da altitude, com falta de ar, náusea, pressão baixa e vistas escuras. Poucos minutos soam como a eternidade.
De volta à Cidade Branca, mesmo debaixo de sol quente, os nativos usam casacos, afinal, ao anoitecer o frio é intenso e, por vezes, durante o dia, alguns lugares recebem um vento estranhamente frio.
Por aqui também urinam na rua, o que nos lembra do mau hábito da capital baiana, e as gaseosas são servidas em temperatura ambiente, o que, para nós, é sinônimo de quente, em comparação a uma coca-cola bem gelada.
Aproveitamos para acordar sem despertador – ocasião singular durante os 13 dias no Peru – e descansar o máximo possível, pois a viagem para Nasca seria longa: 10h de ônibus pela madrugada.
DICAS ÚTEIS
Sol de Mayo: Atendimento personalizado e preços justos pela estrutura do local, com música ao vivo, água fresca e muita sombra, em meio ao forte calor arequipenho. A brocheta mixta é superfarta e, apesar de ser apenas uma entrada, é maior que o prato principal, no nosso caso, o pollo parmegiano, um tanto industrializado para a rica cozinha peruana.
Avaliação TripAdvisor
Nano Pizzaria: Simples, com preços baixos e ótimas promoções, atendimento eficiente e massas bem saborosas.
Aproveitamos para acordar sem despertador – ocasião singular durante os 13 dias no Peru – e descansar o máximo possível, pois a viagem para Nasca seria longa: 10h de ônibus pela madrugada.
DICAS ÚTEIS
Sol de Mayo: Atendimento personalizado e preços justos pela estrutura do local, com música ao vivo, água fresca e muita sombra, em meio ao forte calor arequipenho. A brocheta mixta é superfarta e, apesar de ser apenas uma entrada, é maior que o prato principal, no nosso caso, o pollo parmegiano, um tanto industrializado para a rica cozinha peruana.
Avaliação TripAdvisor
Nano Pizzaria: Simples, com preços baixos e ótimas promoções, atendimento eficiente e massas bem saborosas.
12º Dia (31/12/2013)
Sobrevoo das Linhas de Nasca
Embarcamos na Cruz Del Sur com sua suposta organização exemplar: aparelhos de raio-X para despachar malas, sala VIP e horário de saída pontual. Os passageiros são até filmados para comprovar a identificação de cada poltrona, com minitravesseiro e colcha – esta última desnecessária pela temperatura um tanto calorosa do ônibus. Ambos são recolhidos no fim da viagem para evitar desvios de percurso.
Informações anunciadas pelo sistema de áudio, como o serviço de snack, por vezes exageram no tom, sem falar nos filmes norte-americanos megabarulhentos, exibidos em altura máxima. Completamente desconfortável para quem tenta dormir durante a longa viagem.
Quase chegando a Nasca, transtorno: o ônibus quebra e após mais ou menos 1h a funcionária, que outrora falava docemente pelo microfone, anuncia que teremos que esperar outro transporte. Posteriormente, mesmo com esse plano abortado, os passageiros ainda tentam interpretar o caos da situação.
A má surpresa provavelmente nos dizia o que estava por vir: a falta de preparo do receptivo de Nasca, onde o hotel assegurou não ter reserva em nosso nome e mal queria liberar um cômodo para tomarmos banho em apenas 15 min, pois já chegamos em cima da hora do voo.
Sem desayunar, compramos 1 litro de iogurte no caminho ao aeroporto, o que provocou embrulho no estômago, resultando em vômitos. Foi uma verdadeira aventura por conta das inclinações bruscas do avião para a melhor visualização dos desenhos enigmáticos. Ainda tivemos que pagar 50 soles para ter acesso ao aeroporto, não informados pela agência de viagens.
Sobrevoo das Linhas de Nasca
Embarcamos na Cruz Del Sur com sua suposta organização exemplar: aparelhos de raio-X para despachar malas, sala VIP e horário de saída pontual. Os passageiros são até filmados para comprovar a identificação de cada poltrona, com minitravesseiro e colcha – esta última desnecessária pela temperatura um tanto calorosa do ônibus. Ambos são recolhidos no fim da viagem para evitar desvios de percurso.
Informações anunciadas pelo sistema de áudio, como o serviço de snack, por vezes exageram no tom, sem falar nos filmes norte-americanos megabarulhentos, exibidos em altura máxima. Completamente desconfortável para quem tenta dormir durante a longa viagem.
Quase chegando a Nasca, transtorno: o ônibus quebra e após mais ou menos 1h a funcionária, que outrora falava docemente pelo microfone, anuncia que teremos que esperar outro transporte. Posteriormente, mesmo com esse plano abortado, os passageiros ainda tentam interpretar o caos da situação.
A má surpresa provavelmente nos dizia o que estava por vir: a falta de preparo do receptivo de Nasca, onde o hotel assegurou não ter reserva em nosso nome e mal queria liberar um cômodo para tomarmos banho em apenas 15 min, pois já chegamos em cima da hora do voo.
Sem desayunar, compramos 1 litro de iogurte no caminho ao aeroporto, o que provocou embrulho no estômago, resultando em vômitos. Foi uma verdadeira aventura por conta das inclinações bruscas do avião para a melhor visualização dos desenhos enigmáticos. Ainda tivemos que pagar 50 soles para ter acesso ao aeroporto, não informados pela agência de viagens.
Vivos e contando história, nos afastamos da equipe atrapalhada e esperamos - por nossa conta - o ônibus rumo a Paracas , no terminal rodoviário da Cruz Del Sour. As poltronas escolhidas pela agência – nºs 3 e 4 – eram bem iluminadas pelo forte sol, contribuindo para o aumento da temperatura em todo o trajeto, que durou umas 5h. Novamente filme agitado, desta vez de ficção científica, e um para salvar a tarde – o drama "Sempre ao meu lado", não exibido até o fim, para nossa raiva.
No desembarque, outro erro: nenhum guia nos esperava. Tivemos que acreditar na boa alma de um taxista que disse trabalhar para o Hotel Refugio Del Pirata e, enfim, descarregar as malas, tomar um banho e tentar contato com a Andes Viagens para colocar os pingos nos “is”.
É o dia da grande noite, mas infelizmente estamos exaustos, física e psicologicamente. A piscina do hotel nem foi desfrutada. Aproveitamos para fazer as compras que seriam degustadas na madrugada, entre vinhos, salames e chocolates. Jantamos uns lagostinhos e até faltou luz, conferindo ao momento um perfil mais romântico
No desembarque, outro erro: nenhum guia nos esperava. Tivemos que acreditar na boa alma de um taxista que disse trabalhar para o Hotel Refugio Del Pirata e, enfim, descarregar as malas, tomar um banho e tentar contato com a Andes Viagens para colocar os pingos nos “is”.
É o dia da grande noite, mas infelizmente estamos exaustos, física e psicologicamente. A piscina do hotel nem foi desfrutada. Aproveitamos para fazer as compras que seriam degustadas na madrugada, entre vinhos, salames e chocolates. Jantamos uns lagostinhos e até faltou luz, conferindo ao momento um perfil mais romântico
Cidade com pouco mais de 2.000 habitantes, Paracas é sinônimo de praia e turismo. A queima de fogos na beira-mar ilumina o pulo das 7 ondas, em frente às tantas barracas dispostas na areia e o lixo deixado tristemente para ser levado ao oceano. A sacada aconchegante do hotel torna-se nosso verdadeiro refúgio para tantas mágoas. Esquecemos um pouco a energia ruim do dia e reacendemos a esperança para novas conquistas.
13º Dia (01/01/2014)
Ilhas Ballestas e retorno para Lima (Peru) / Salvador (Brasil)
O dia estava cheio de promessas, pois as desculpas rolavam soltas, rs. Com sua rica fauna, as Ilhas Ballestas são formações rochosas resultado dos movimentos das placas tectônicas e da atividade vulcânica local. O número imenso e a variedade de aves que existe por aqui transformam-se em renda – o guano, ou as fezes dos bichos, é recolhido constantemente para servir de fertilizante.
Ilhas Ballestas e retorno para Lima (Peru) / Salvador (Brasil)
O dia estava cheio de promessas, pois as desculpas rolavam soltas, rs. Com sua rica fauna, as Ilhas Ballestas são formações rochosas resultado dos movimentos das placas tectônicas e da atividade vulcânica local. O número imenso e a variedade de aves que existe por aqui transformam-se em renda – o guano, ou as fezes dos bichos, é recolhido constantemente para servir de fertilizante.
Andar sobre as águas na lancha rápida foi relaxante e curioso, pela observação do comportamento instintivo e grupal dos animais, dentre eles leões-marinhos e pinguins. A cadeia alimentar se manifesta por todos os lados. Vida e morte caminham juntas para manter o equilíbrio natural deste paraíso tropical.
As teorias do Candelabro, desenho similar aos das linhas de Nasca, desperta, igualmente, nossos pensamentos: seria a indicação de um mapa do tesouro? Sinalização para pescadores? A forma do cacto de San Pedro, mais uma planta sagrada dos incas, ou referência a um símbolo maçônico?
As teorias do Candelabro, desenho similar aos das linhas de Nasca, desperta, igualmente, nossos pensamentos: seria a indicação de um mapa do tesouro? Sinalização para pescadores? A forma do cacto de San Pedro, mais uma planta sagrada dos incas, ou referência a um símbolo maçônico?
No retorno para Lima, nada de café da manhã preparado para viagem, como havia prometido a agência por conta do horário temprano que conseguimos para viajar. No aeroporto, excesso de controle, tecnologia móvel e sensível ao toque e consumo exacerbado são as marcas registradas, estampadas na Duty Free e seu acesso internacional.
Dar a volta ao mundo não é tão fácil quanto parece, afinal, papéis, números, imagens e certas perguntas refletem a burocracia de sair do próprio país, ainda que dentro da mesma América – a Latina. Até sentimos saudade de casa, em especial, para estar longe dos conflitos de Babel. A saudade do nosso cachorrinho Gandhi também aperta nos últimos dias, por estarmos sem notícias da hospedagem na qual ficou durante nossa ausência.
O voo parece interminável, as mãos formigam e os cochilos são inevitáveis. Na conexão em São Paulo, temos o desconforto de pegar as malas e levá-las ao despacho novamente. O problema é o peso dos artesanatos adquiridos. Na fila da classe econômica, somos sempre os últimos, e nos acostumamos com o tempo necessário para chegar a nossa vez, aproveitado para um lanche rápido.
Em terras brasileiras, de volta à realidade, o cansaço mal passa depois de uma semana, pois é preciso colocar a casa no lugar e reeducar o filhote, rs. Para organizar os rabiscos, outras semanas de trabalho, destinadas à seleção de fotos, pesquisas e bate-papos. E agora pensamos: qual será o próximo destino?
Dar a volta ao mundo não é tão fácil quanto parece, afinal, papéis, números, imagens e certas perguntas refletem a burocracia de sair do próprio país, ainda que dentro da mesma América – a Latina. Até sentimos saudade de casa, em especial, para estar longe dos conflitos de Babel. A saudade do nosso cachorrinho Gandhi também aperta nos últimos dias, por estarmos sem notícias da hospedagem na qual ficou durante nossa ausência.
O voo parece interminável, as mãos formigam e os cochilos são inevitáveis. Na conexão em São Paulo, temos o desconforto de pegar as malas e levá-las ao despacho novamente. O problema é o peso dos artesanatos adquiridos. Na fila da classe econômica, somos sempre os últimos, e nos acostumamos com o tempo necessário para chegar a nossa vez, aproveitado para um lanche rápido.
Em terras brasileiras, de volta à realidade, o cansaço mal passa depois de uma semana, pois é preciso colocar a casa no lugar e reeducar o filhote, rs. Para organizar os rabiscos, outras semanas de trabalho, destinadas à seleção de fotos, pesquisas e bate-papos. E agora pensamos: qual será o próximo destino?